Decidi que não faria resoluções de ano novo; aquelas listas enormes com inúmeras promessas abstratas e sonhos impossíveis. Lembro-me de um ano que as fiz. Guardava o papel de caderno dobradinho dentro da carteira, era minha forma de não esquecer. HA. Só no mês de agosto do outro ano percebi a folha que mantinha num compartimento escondido, e confesso: dei boas gargalhadas com o que estava escrito.
Hoje, faço listas diárias, semanais no máximo. Ainda tenho muitos planos e sonhos, mas eles deixaram de ser “metas para o ano” e se tornaram apenas metas, sem prazo de validade. O bom disso é que consegui preservar meu coração e minha mente de expectativas frustradas. Mas, apesar das minhas tentativas, viver um dia de cada vez ainda é um desafio para mim.
É, Drummond… Eu devo concordar que o inventor do tempo fatiado foi um senhor inteligentíssimo. Quando criança, eu me perguntava o porquê dos anos terem 365 dias e não mais ou menos; hoje eu entendo… A necessidade de renovar as esperanças. O conforto de saber que a vida nos dará uma terceira chance. Uma pena é ter de esperar 364 dias.
Se me perguntassem se o ano de 2013 foi bom eu não saberia responder. Não sei que escala as pessoas usam para medir esse tipo de coisa. Eu gosto de pensar que todos os anos são bons, que todos os dias são bons, ao menos no último dia do ano eles parecem ter sido. O importante é não se contentar, nunca.
Volta e meia, a música Epitáfio, do Titãs me vem à cabeça, um “wake-up call”. Será que eu me arrisquei esse ano? Será que eu compliquei demais? Eu amei o bastante? São preocupações justificáveis, mesmo que fundamentadas em um famigerado ideal de felicidade. Ainda sim, permaneço positiva, ansiosa por momentos inesquecíveis; a espera de dias melhores, sempre.
Tenho medo de despedidas, daí a minha necessidade de deixar registrado, de se fazer memória sobre um tempo que não foi vivido em vão. Bem, esse é meu adeus a 2013 que eu vivi bem. Tentei. E sobre 2014? É VIVER. Mais e melhor.
http://www.youtube.com/watch?v=R1aiboJ4PT8
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